quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Carta de Natal.

Querido amigo Nemo,
quero que saibas de algumas coisas e por isso resolvi escrever esta carta.
Quero que saibas que compartilho da mesma vontade que você, talvez por motivos diferentes, mas bem semelhantes aos seus e você sabe muito bem.

O desejo de poder deixar o passado realmente para trás - fisicamente falando -, poder gritar 'eu sou livre, eu sou o que quero' e se sentir dessa forma a qualquer hora do dia, com qualquer pessoa. Poder acordar e dar um 'bom dia' sincero a pessoa que divide o teto com você, conversar sobre assuntos diversos no café da manhã, de espiritualidade a política, sem perder o bom humor matinal, sem cobranças, sem estresse.
Aos domingos, enxer a casa com a família para um almoço caseiro e depois assistir TV.
E com família você sabe que, obviamente, não me refiro aos seres que temos laços de sangue, e sim aqueles que escolhemos para tal ligação, aqueles que nos acompanham independente da direção ou sentido, que nos apoiam, que nos guardam e aconselham.
E com 'assistir TV' quero dizer algo decente, algum documentário sobre metafísica ou Prayers for Bobby, The Matthew Shepard Story e quem sabe um box de Queer as Folk, bom, você escolherá.

Quero que saiba que compreendo sua dor, sinto suas lágrimas correrem.
Peço que espere dois anos, apenas dois.
Pode parecer muito, mas farei de tudo para que passem o mais rápido possível para nós dois, serei mais presente.
Quando tal dia chegar não mais te chamarei de amigo, caro Nemo.
Me chamarão de exagerada.

Te chamarei de irmão. Pois fodam-se todos. Eu te amo.

- Tatiana Cruz.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

loveistheory.


- Ainda te amo. - Josh disse.
Essas palavras ecoaram por minha mente levando um longo minuto para serem assimiladas. Desejei estar apenas dormindo e tendo mais um pesadelo, que ao acordar estaria presa novamente a minha familiar rotina, mas não, isso foi real. Muito real. Uma realidade que atende por um nome e é totalmente palpável, palpável até demais... Mas ainda assim conseguia ser o meu pior pesadelo.
Como ele pode fazer isso comigo? Como pode não respeitar o nosso passado, nossa história, tudo o que tivemos e que ainda temos? Mesmo não sendo da mesma forma que antes, ainda temos algo sim, uma amizade que deveria ser respeitada. Como pode me pegar desprevenida dessa forma?
Na verdade, só ele poderia fazer isso, só ele me conhecesse a ponto de fazer isso. Acabar comigo, fazer o chão desabar sob meus pés com apenas uma frase.Com tudo que eu queria muito ouvir e relutava em acreditar ainda existir.
Agora estava feito. Ele falou o que sentia, eu apenas olhei.
Olhei para ele e aquele rosto doce dele, aqueles olhos me diziam mais do que qualquer palavra que pudesse sair daquela boca.
Olhei para o chão, não vi saída. Caí de joelhos.

Caí de joelhos e as lágrimas caíram de meu olhos.
Não pude acreditar que depois de tanto tempo eu choraria pelos mesmos motivos de novo. Josh se ajoelhou na minha frente e levantou meu rosto, tocando levemente meu queixo e beijou minha testa. Isso não deveria estar acontecendo. Não era justo.
Não era justo comigo.
Não era justo com o Josh.
Não era justo com o Chad...
Que culpa Chad tem de eu ser tão mal resolvida? Ele é uma das pessoas mais doces do mundo, me faz feliz e me ama apesar de tudo...
Isso deveria parar agora, mas Josh me abraçou. Me abraçou com tanta força que pude sentir seu coração. Com tanta força que parecíamos ser apenas um ser... Com dois corações que batem na mesma frequencia, mas que querem coisas diferentes.
Ele tentou me levantar, foi inútil.
Eu havia caído muito fundo.Eu havia caído dentro de mim mesma.
Estava completamente perdida. Tudo que eu achava ser a realidade estava perdido.

A verdade... A minha verdade foi descoberta.
Agora, não mais desejava ter um coração.


Amgs, tô escrevendo uma fanfic. Endless shame on me, é. Sobre Paramore, mais shame, por favor.
Isso é tipo um dos acontecimentos finais, mais foi o que eu escrevi primeiro. Espero não ser apedrejada,
tchau.

- Tatiana Cruz.